Encerrou-se na semana passada o Trabalho Socioambiental da Estação de Tratamento de Água (ETA) São Gonçalo, com a realização de um seminário com a participação de representantes da Caixa Econômica Federal, Prefeitura, Sanep, equipe executora do projeto e educadores ambientais formados pelo projeto. O evento ocorreu no Parque Tecnológico de Pelotas.

O Trabalho Socioambiental da ETA São Gonçalo deu-se por meio de uma parceria entre o Sanep e a Acordar Treinamentos, que executou o projeto elaborado pela autarquia. As atividades iniciaram-se em 2016, paralelo ao começo das obras da ETA, que está em fase final de construção e deverá aumentar a capacidade de entrega de água tratada em Pelotas.

O projeto técnico social teve por objetivo formar núcleos socioeducativos nas macrorregiões do Município. Este trabalho funciona como uma espécie de rede comunitária: através da formação dos educadores ambientais, 68 ao total, a conscientização sobre a importância do saneamento básico foi repassada ao restante da comunidade por meio de ações junto às Unidades Básicas de Saúde, serviços de convivência, de assistência social e escolas. Também foi elaborada uma cartilha socioambiental, conjunta entre os educadores e os técnicos da equipe da Acordar.

Na fase inicial, à cargo do Sanep, foi feito o diagnóstico socioambiental e, a partir dele, o plano de intervenção junto às comunidades. Formalizaram-se, assim, os núcleos ambientais em todas as seis regiões da cidade e no corredor da barragem do Santa Bárbara, segundo destaca Aline Fonseca, coordenadora do Trabalho Sócio Ambiental (TSA) do Sanep.

"Não se faz obra para a a cidade ou para a calçada, faz-se obra para as pessoas. O trabalho social não é só um facilitador de obra. A ideia da participação social é que as pessoas participem ativamente do processo, na política pública de saneamento. Os educadores são atores atuantes nesse processo", detalha Aline.

Esta visão da importância do trabalho social é compartilhada pela diretora-presidente do Sanep, Michele Alsina. "Nada adianta a grande obra entrar em operação se a gente não tiver a participação da comunidade. É gratificante ter essa transversabilidade entre a comunidade, o Poder Público e o Sanep."

Segundo o coordenador do projeto técnico social da Acordar em Pelotas, o assistente social Diego Gonçalves, a realização do seminário efetivou os anos de trabalho realizado junto às comunidades. "Falamos do trabalho técnico e social da ETA, que anda em paralelo com a construção desta estação. Tivemos a presença da comunidade, pessoas que saíram dos seus bairros para estarem aqui como protagonistas do processo."

Educadores sociais

Os educadores ambientais receberam da Prefeitura um certificado que atesta o importante papel social que entregam ao Município. "Temos o hábito de achar que é apenas responsabilidade dos gestores, mas temos que entender que todos nós precisamos ter participação ativa para que o serviço público caminhe", disse Dorisa Maria Quincoses dos Santos, da macro área do Fragata. "Sempre ouvimos que esses projetos educativos só precisavam da nossa participação por escrito e nada mais, por ser uma obrigação prevista na legislação. Mas neste projeto a gente participou mesmo, foi gigantesco e maravilhoso o conhecimento que adquirimos", completa Pedro César Porto, educador ambiental do Areal.